O perdão

Ele estava parado em frente a porta, quando empurrou de uma vez, antes que desistisse. O bar estava cheio. O ar estava quente devido a quantidade de pessoas. 
Empurrou um grupo de pessoas e pediu uma cerveja. Alguns minutos depois arranjou um banco para sentar. A música que tocava era tipicamente irlandesa, mas
era melancólica e gaita de foles se sobressaia dentre os outros instrumentos. Ele levou a mão a cabeça mas os dedos não conseguiram se prender no cabelo curto.
Apenas enterrando a mão no couro cabeludo conseguiu agarrar a cabeça. A música lhe lembrou da traição.

- Por favor, eu não sabia o que estava fazendo. Eu não quero nunca mais ninguém, só você. Eu vou te adorar por toda minha vida, eu prometo.

Ele olhou com desprezo a mulher que chorava e estava sentada no chão.

- Fala alguma coisa, pelo amor de Deus.

- Nada mais importa.

- Importa sim! Eu te amo. O meu amor por você importa.

O desprezo e a indiferença dele fazia a mulher chorar mais. Até que ele não aguentou mais e saiu.

E lá estava ele naquele bar.

Os músicos fizeram uma pausa e ele pediu mais uma cerveja. E mais outra. E mais outra. Quando a música voltou, voltou em um ritmo mais frenético.

O sexo com a mulher sempre foi intenso. Até o suor era prazeroso para ele. Os beijos sempre foram intensos.

Agora a gaita de foles liderava uma música suave e ele tomou outra cerveja. A cabeça já rodava junto com a música e o alcool ajudava.

O cheiro dos bolos dela. Aqueles bolos desmanchavam na boca. Não sabia qual era o segredo, mas os bolos dela sempre foram melhores que os de qualquer
confeitaria que já experimentara.

Já era manhã quando saiu do bar. A música que embalou a noite tinha terminado há algum tempo.

Ele foi direto para o rio. Deu um mergulho esticando bem os braços e afundou na água fria. Levantou e andou para fora do rio.

Chegou em casa. Sentou no chão ao lado da mulher e a levantou pelos braços para beija-la com sofrimento e desespero. Tinha chegado até o perdão.

p.s: Sem revisão :p