Tuesday, December 10, 2013

Conversas que tive com Nelson


A ficção deixou de dominar minhas leituras. Tenho optado por um estilo mais “sério”. Dos quatro livros que estou lendo três são de não ficção (não me julguem porque já me julgo bastante por ler tantos livros ao mesmo tempo). Segue a lista dos livros que estou lendo:
·      Ortodoxia de G. K. Chersterton
·      Conversas que tive comigo de Nelson Mandela (Já estava lendo antes do falecimento dele)
·      Juliet Naked de Nick Hornby (única ficção da lista)
·      Rápido e Devagar: duas formas de pensar de Daniel Kanehman
Diante desta situação a transição de contos de ficção para contos realistas, como este, é natural. Aliás, gostaria de passar algumas impressões que tenho de um livro que estou lendo: Conversas que tive comigo.
Desejava este livro há algum tempo. Desde  o filme Invictus fiquei impressionada com a personalidade de Mandela e me dei conta que pouco sabia sobre ele. Não apenas eu, mas a maioria das pessoas sabe pouco sobre ele.
Lendo as reportagens sobre Madiba encontrei muito o adjetivo “pacifista”. Contudo lendo a biografia de Madiba existem diversas referências a luta armada apoiada pelo partido de Mandela. Inclusive Mandela teve treinamento com armas a fim de que pudesse lutar contra o governo opressor sul-africano. É claro que isso não diminui a grandiosidade da personalidade de Mandela.
O ponto central é que a falta de conhecimento das pessoas é recorrente em tudo. Baseados em estereótipos e na falta de vontade de conhecer estabelecem aquela imagem e ponto final. Quantas vezes eu vejo pessoas falando dos cristão como pessoas ignorantes e como podem acreditar em um Deus mal que pune as pessoas? Sim. Considerando que elas ouviram isso de outros ateus ou de outras pessoas elas repassam este conceito. Assim como o conceito de que Mandela lutou pacificamente. Pois bem, Mandela estava preso e antes disso ele empunhou armas para lutar pelo seu ideal.
Julgar e se basear no me-disseram é muito fácil. Talvez por isso que as pessoas se valem destes recursos. Ler um livro que é contrário a sua opinião leva tempo e dá trabalho. Estar aberto realmente a ouvir a opinião de uma pessoa implica que possamos estar errados. Estar certo é muito bom e estar errado nos machuca e por muitas vezes humilha. Estamos deixando que algo tão doído como a humilhação também nos impeça de ouvir o próximo? Ou estamos nos viciando em estar certos?

2 Comments:

Blogger Bruno França said...

Uma vez nós conversamos sobre religião e antes de tudo eu (ateu) te perguntei se existia alguma coisa capaz de te fazer mudar de ideia. Não lembro de todos os detalhes da conversa, mas lembro que foi boa. O que eu sei é que estar disposto a mudar de opinião é uma das melhores qualidades que alguém pode ter.

6:24 AM  
Blogger Nuno Rasseli said...

Concordo com o Bruno.
Infelizmente eu tenho um pouco do costume que a Evelin citou de ter preguiça de procurar a respeito, me basear no "me-disse" e talz... luto contra isso mas concordo que dá trabalho.
Ótimo post =o]
Obrigado pois me acrescentou!

8:34 AM  

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